03/02/09

A estas horas costuma haver muita gente?
Sim, às segundas-feiras, por esta hora é sempre mesmo colapso de pernas.
Riu-se.
Enquanto se ria, pensava baixinho o quanto aquela pronúncia me fazia lembrar Agosto.
Os primos e as tias dos meus amigos e dos amigos deles que de França chegam esbaforidos de trabalho e da viagem a falar francês melhor que os franceses.
Não és de cá? Perguntei na esperança de ouvir, "sou de Lyon, de Paris" .
Não, hoje é mesmo o meu primeiro dia cá. Cheguei cedo, cheguei durante a noite. 
Confirmava-se. Veio de vez.
Sou de Mirandela, orgulhou-se.
Pensei nas alheiras e nos fumeiros, sorri.
Conheces?
Para mim, uma Laura Palmer.
Não lhe respondi com medo que julgasse que trás-os- Montes seriam mesmo atrás dos grandes montes do meu conhecimento do território nordestino. Sorri novamente.
Virou costas. Ao afastar-se percebi-lhe as nádegas rijas bem encaixadas nas coxas de quem trepa diariamente altas serras.
Deixa passar a neve, um dia destes passo por lá, saiu-me numa voz fincada de galo de campo na certeza da ida.
Já lá ao fundo acenou como que aprovasse a ideia. Não se voltou, não sei se sorriu.

3 comentários:

João Roque disse...

Se calhar, sorriu mesmo...

- Moisés Correia - disse...

Gostei
e
Voltarei!

Lá fora chove o calado momento
Que repassa na alma, ansiedades…
Saltam inquietas chamas de dentro
Do meu peito, alagadas saudades

Um fim-de-semana ensopado
De paz e harmonia…
De coração ornamentado
De muita alegria

O eterno abraço…

-Manzas-

erupção_do_ser disse...

Eu tentava de novo, nao esperava por segunda!

ao lado