24/03/09

Adormeci, e, por já ser tarde encontrei-me com Salomé.
"ando deprimida, deixei de fumar", nem da carta falou; se a chegou a enviar ou se ainda a têm aberta para tornar a ler. Não quis saber. Acendi um cigarro, precisava de encontrar a melhor forma de justificar a minha falta, nem a ouvia, tinha muito que fazer como encontrar alguém que me certificasse com rubrica sub-carimbada em declaração escrita, onde dissesse: "Declaro que a falta relativa à manhã de hoje, do senhor em causa, se deve ao facto do mesmo ter estado presente na elaboração e planificação do projecto "Corpo Adormecido", o qual, à luz de investigação científica servirá para apresentação pública em palestra subordinada ao tema " Gente faltosa, Gente manhosa". Sendo isto verdade e na qualidade de seu orientador apresento desde já os melhores cumprimentos. (x)"  
Sem pingo de mentira, serviria.
Salomé inalava o fumo do meu cigarro como quem engole o cheiro de terra acabadinha de molhar. Calou-se. Procurava o consolo pelo fumo e esfregava o peito que soltava prensados ais.
Na esplanada do pequeno almoço éramos pela brisa fresca da manhã dois pequenos deprimidos, ela pela prolongada ausência de nicotina, eu por ter dormido em tempos de expediente.

5 comentários:

Anónimo disse...

Continuas inspirado...

Anónimo disse...

e tu um assiduo aqui:) fico contente. abraço

Anónimo disse...

e tu um assiduo aqui:) fico contente. abraço

Tita disse...

hum... Gostei. Volto sempre!

Marta disse...

tb gostei :)

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