Ainda me fervilham as axilas pelo sal das marés .
Sorria do teu bailado circense enquanto berravas o nosso nome,
Gritavas
e desaparecias nos flocos brancos da água partida.
Os faróis egoistas acendiam-se e procuravam o nosso amor. Como te rias disso.
Fizeste com que todos os barcos levassem e trouxessem o nosso nome na proa.
Lembras-te?
Nós nos barcos, nós pelas marés rebentadas.
Sonhavamos que éramos mais que nós em cada rasto de espuma,
que éramos barcos e fragatas inteiras em arraiais e em folia.
Com a certeza que nos encontraremos em sorrisos no resto que nos resta,
revelo a todas as praias o nosso poema.
Hoje espero que a maré suba, que me fuce os pés e dê sinal que me esperas.
Catarei todas as vagas, por este mar a dentro, até que a carne arrefeça
e para longe faça bulir o que agora é só memória.
Espero que a maré suba.
1 comentário:
Também será esta "a receita a quem quiser, / algum dia, imitar o céu"?
Abraço,
Luís
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