09/03/12


As dúvidas são como os deuses pregados nas paredes,
como deuses cravados nas gentes e em coisas rasas.
Há dúvida nas definições da vida, na definição da morte e,
até, se deus é um jovem irreverente que vive de paixões.
Há dúvidas nos horóscopos e na certeza dos sábios,
na ortografia dos livros e figuras dos jornais,
na sensação de fome e na matança da sede.
Há dúvidas no conforto dos carros fúnebres e no equilíbrio das bicicletas, 
no espírito, na carne, 
no tempo do agora e, como dizes, se o amor se sobrepõe a todas as coisas.
Há dúvidas e disso ter-se-á sempre certeza,
como a certeza que morreremos ambos crucificados em perguntas.

6 comentários:

Rui Botas disse...

Sim, morreremos carregados de dúvidas... mas poderemos fechar os olhos cheios de lúcida certeza... basta que vivamos sem estar de braços abertos, pregados à cruz de pau... simplesmente à espera...

Tiara Sousa disse...

Só não há dúvidas que essas palavras inspiram!

Noiva Cadáver disse...

Todos crucificados.

Flávia disse...

a vida é um ponto de exclamação que se curvou diante das dúvidas.

Tiara Sousa disse...

Ótima observação, ótimo blog!

Anónimo disse...

http://1980equalquercoisa.blogspot.pt/

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